Despertar a consciência ambiental nas crianças exige mais do que teoria: requer experiências que sejam envolventes, significativas e conectadas com a realidade infantil. É nesse contexto que a criatividade surge como uma grande aliada. De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos e entendedora do assunto, usar a criatividade como ferramenta educativa amplia as possibilidades de ensinar sustentabilidade de forma encantadora e transformadora.
Ao estimular a criação de brinquedos com materiais recicláveis, inventar histórias sobre animais da fauna brasileira ou realizar atividades artísticas ligadas à natureza, oferecemos às crianças caminhos diversos para refletirem sobre o mundo que as cerca — e o papel que desempenham nele.
A imaginação como ponto de partida para a consciência
Crianças têm a capacidade natural de imaginar outros mundos, outras formas de viver e outras maneiras de agir. Quando essa potência criativa é aplicada à sustentabilidade, ela dá origem a soluções surpreendentes e atitudes mais conscientes. Seja construindo um robô com garrafas PET ou recriando uma floresta em miniatura com folhas secas, a criança aprende que a mudança começa com o olhar.

Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, projetos que integram imaginação e cuidado com o meio ambiente têm mais chances de gerar envolvimento duradouro. A criança não apenas entende o que está em jogo — ela vivencia, se diverte e se compromete.
Atividades criativas que ensinam sem parecer lição
Uma das grandes vantagens de se trabalhar com criatividade na infância é a leveza com que os conteúdos são absorvidos. Quando a criança inventa um personagem animal ameaçado e cria uma história para salvá-lo, ela se apropria do tema de maneira afetiva. O aprendizado não é imposto; ele emerge do brincar, do criar, do fazer com as próprias mãos.
Conforme explica Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, essa abordagem também favorece o protagonismo infantil. A criança passa de espectadora a autora da própria experiência, o que fortalece sua autoestima e senso de responsabilidade ambiental.
O papel da escola e da literatura na formação criativa
Ambientes educativos que valorizam a criatividade oferecem mais do que conteúdo: oferecem espaço para expressão e descoberta. Escolas como o Centro Educacional Irmã Maria Antônia Rosa têm desenvolvido projetos onde a sustentabilidade é trabalhada por meio de jogos inventados pelos alunos, exposições de arte com materiais reutilizados e oficinas de contação de histórias ecológicas.
Livros como Bichos Vermelhos também cumprem um papel essencial nesse processo. Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, a obra inspira professores e crianças a criarem atividades que combinam leitura, arte, imaginação e consciência ambiental — como dramatizações, maquetes de habitats naturais e ilustrações de espécies em extinção.
Criar para transformar: pequenos gestos, grandes impactos
A criatividade aplicada à sustentabilidade na infância não exige grandes recursos, mas sim abertura para experimentar. Uma caixa de papelão pode virar um abrigo de animais, um tubo de papel pode se transformar em binóculo para explorar o “mundo selvagem” da escola, e uma folha em branco pode conter um plano mirabolante para salvar a floresta.
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva reforça que cada gesto criativo tem o potencial de plantar uma ideia nova. E uma vez plantada, essa ideia pode crescer, florescer e, um dia, transformar atitudes — em casa, na escola e na sociedade.
Conclusão: imaginar o futuro é começar a construí-lo
Ao unir criatividade e sustentabilidade, mostramos às crianças que cuidar do planeta pode ser também um exercício de invenção, beleza e alegria. Elas aprendem que não precisam esperar a idade adulta para fazer a diferença — podem começar agora, com as ferramentas que têm: a curiosidade, a imaginação e a vontade de criar um mundo melhor.
Com sua atuação na literatura e na educação ambiental, Lina Rosa Gomes Vieira da Silva demonstra que a infância é o momento ideal para semear consciência. Porque, ao dar espaço para a criação, damos também espaço para o despertar de uma geração mais sensível, responsável e comprometida com o futuro da Terra.
Autor: Trimmor Waterwish